domingo, 19 de agosto de 2012

Patrícia Acioli

Paulo Correia
Jornalista
paulo@r7.com.br

Em 12 de agosto de 2011 um crime chocou o Brasil pelo alvo atingido. Uma juíza, de apenas 47 anos, e que era conhecida pelo seu exemplar trabalho na cidade de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Patrícia Lourival Acioli. 21 tiros de pistola. Assassinada na porta de casa.

De lá para cá, diversas autoridades prometeram a prisão dos culpados e um maior incremento no combate ao crime. Prometeram segurança especial para juízes ameaçados de morte. A sociedade pedia, e por conta desse clamor, o Governo do Rio começou a investigar o caso e prendeu os principais envolvidos no assassinato.

Agora em agosto, o governo anunciou que cinco dos 11 policiais militares acusados de envolvimento na morte da juíza, irão a júri popular. Júnior Cesar de Medeiros, Handerson Lents, Sérgio Costa Júnior, Jovanis Falcão e Jefferson Araújo, devem ser julgados em setembro. Os outros acusados, Cláudio de Oliveira, Daniel Benitez, Charles Tavares, Carlos Adílio e Alex Pereira, pediram para não ir a júri popular e aguardam nova sentença.

Saindo um pouco da esfera do Rio de Janeiro, onde a corrupção policial ganhou ares endêmicos, observamos que essa estrutura viciada e criminosa se espalha pelo restante do Brasil e continua não poupando nem as autoridades judiciais (anteriormente vistas com certo receio pela bandidagem). Pulamos perigosamente a fase da criminalidade que não enfrentava de peito aberto juízes e promotores e que agora os matam sem medo. O dedo que puxou o gatilho contra a juíza Patrícia é o mesmo que manda recados velados (ou com a ajuda de uma bela loira) para os juízes Paulo Augusto Moreira Lima e Alderico da Rocha Santos. Ou alguém duvida que o caso Cachoeira e os seus desmembramentos não são obras do crime organizado?

Para esse humilde jornalista de canto de página, Carlinhos Cachoeira, os irmãos Natalino e Jerominho Guimarães, e a corja de policiais desonestos que tomou de assalto as comunidades carentes do Rio de Janeiro são a mesma coisa: mafiosos. Esse negócio de contraventor e miliciano são termos inventados. Eles são sim, a pura definição de máfia tupiniquim. Com toda a sua violência, controle absoluto (por meio de extorsões) dos serviços básicos de transporte público, gás, água mineral e segurança privada. Até o exibicionismo do “preso político” de Goiás e o assistencialismo barato dos irmãos da Zona Oeste do Rio são parecidos.

John Gotti e Salvatore "Totò" Riina fazendo escola no Brasil.

Infelizmente.

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