quarta-feira, 23 de junho de 2010

Eles estão entre nós

Por Minervino Wanderley*

Diante dos fatos relatados pela mídia envolvendo um bom número de vereadores natalenses num esquema de compra de votos, colocando interesses pessoais acima do futuro da nossa cidade e de suas futuras gerações, começamos a ouvir dizer aquela frase que só escutávamos em filmes de ficção: “Eles estão entre nós”, numa referência a prováveis seres extraterrestres que estariam tentando dominar a Terra.

É verdade, amigos. A se confirmar o lamaçal em que se meteram alguns integrantes da chamada “Casa do Povo”, passaremos a ser uma pequena Brasília. Tá certo que já temos uma Teimosa, mas esta, coitada, só é habitada por pessoas que vivem muito abaixo da linha de pobreza. São piabinhas na frente dos tubarões que freqüentam as águas e margens do Lago Paranoá.

Puxa vida! Será que já não chegam as benesses do cargo? Eu, sem querer ser ingênuo, nunca pensei que eles chegassem a esse ponto. Eles não traíram somente o prefeito Carlos Eduardo e o povo. Eles cometeram, numa bizarra caricatura de Judas, um dos gestos que mais envergonham o homem, que é colocar-se à venda. “Meu preço é esse”, devem ter dito ao corruptor. Como se fossem uma mercadoria qualquer. E são! Da pior qualidade, com data de validade vencida, podre, nocivas à própria vida.

Como é que ficam os que neles acreditaram? Ora, a gangue está pouco ligando. Mas, e suas famílias? E suas mulheres, como devem estar olhando para os pais e amigos? E os filhos, meu Deus, carregarão esse fardo pelo resto das suas vidas. De quem ouvirão conselhos no decorrer da vida? Quanta vergonha passarão. “Aquele ali é filho do vereador que se vendeu”, dirão seus colegas. Os pais desses meliantes devem estar se entreolhando e, sem palavras e com lágrimas nos olhos, se perguntam: “Onde nós erramos?”.

Fica difícil limpar tanta imundície. Mas, existe um remédio de grande eficácia que pode utilizado para extirpar este câncer que se instalou no estômago da sociedade. Ele não tem efeitos colaterais, não há perigo de superdosagem e, o que é melhor, inibe o surgimento de males semelhantes. É a Justiça! Só ela bem aplicada pode por fim à agonia que hoje invade as almas da população.

E para esse povo que ora lamenta a atitude daqueles que mereceram sua confiança, um recado: dê o troco. Nas próximas eleições, quando for votar – já que é obrigatório – escolha seu candidato com cautela. Não se deixe levar pela lábia fluente dos marginais. Faça um julgamento – você tem esse direito – e vote abraçado à sua consciência. Só assim poderemos viver num mundo mais igual, mais humano, com as pessoas sendo tratadas como merecem, ou seja, como cidadãos.

Minervino Wanderley é jornalista
(84) 9134.4547
Acesse: www.natalpress.com

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