quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um salve ao saudoso Lourival!


Gabriela Damásio
Produtora de eventos

Quem não gosta de jogar conversa fora com os amigos em mesa bar? Quem não gosta de ser bem recebido, bem atendido e ainda tratado pelo nome? Quem nunca tomou uma no bar do Lourival?

Sim, aquele bar, ali na avenida Deodoro, vizinho a rádio 96, em frente ao antigo Diário de Natal, quase na ladeira do Poti. Reduto da boemia, dos estudantes, dos jornalistas, de toda uma sociedade que ali se encontrava.
O bar, inaugurado há 45 anos, era conhecido como “Universidade da Deodoro” e tinha um reitor exemplar, simples e amigo de todos.

Cresci por ali. Morava próximo ao bar, tenho tios jornalistas e boêmios, que sempre marcavam suas resenhas e papos com amigos naquela mesa de bar tradicional. Era regra ir ao bar do Lourival. Brincava com meus primos, tomava coca de garrafa, era sempre uma festa.

Presenciei amores - como o de uma tia e o seu atual esposo, já estão juntos há mais de 20 anos e como saldo, dois filhos; reunião de amigas universitárias querendo azar os bons partidos da cidade (essa mesma tia e suas amigas faziam de lá ponto de encontro) eu costumo brincar que eram todas encalhadas; discussão dos meus tios, quando discordavam por causa de política, mulheres e afins...

Queria ter sido da época que freqüentava o bar pra ‘bebemorar’ com minha turma e não apenas como coadjuvante desse cenário. Brindarmos a despedida de solteiro de “Davi”; o papai do ano “Diogo”; a aprovação de “Carol”; a gravidez de “Camila”; a entrega do TCC de “Raivich”; a mudança de cidade de “Rosa”; chorar o falecimento de “Manedim” ou apenas bater um papo depois de uma semana cheia com “Cleo”.

Lembro-me de uma ocasião e não faz muito tempo, deve ter cerca de uns 2 anos, estava com alguns amigos no bar 294 e tava bem chatinho, sem música, sem graça, daí pensamos: vamos lá pro Lourival... era um sábado, tava tendo uma música ao vivo e detalhe: não tinha lugar pra sentar. Desistimos!
Nunca sentei pra tomar uma cerveja, de fato, naquele bar. Agora sinto como se fosse tarde demais. Será que é mesmo?

É isso, a vida é de chegadas e de partidas, eu não vivi a boêmia no bar do saudoso Lourival, mas me sinto feliz por ter crescido por ali. E, mais feliz ainda por saber que sua jornada continua, não mais nessa vida, mas que o amigo, pai, boêmio e honesto Lourival continuará em outras vidas com sua simplicidade e simpatia.

Um comentário:

  1. léo,

    brigada pela postagem.
    uma honra ter algo publicado num blog tão conceituado.

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