segunda-feira, 25 de abril de 2011

As gingas, diante dos meus anzóis, correram como loucas

Nesses dias postei no site de relacionamentos “Facebook” detalhes de uma pescaria que fiz durante o feriado prolongado da Semana Santa, na praia de Barreta. Escrevi sobre a variedade dos peixes fisgados e o resultado nos diversos comentários postados foi que ninguém acreditou na minha façanha.

Uns diziam que era história de pescador, outros que eu estava apenas “tirando onda” me aproveitando do mar farto de Barreta, enfim, uma série de insinuações que o meu amigo Mário Henrique Faria não sofreria porque costuma filmar todas as suas operações de capturas de peixes. E olhe que não poucos.

Lá para as tantas, nos comentários, o fotógrafo/artista Antonio Mansus perguntou se naquela praia não teria aparecido umas gingas, peixes minúsculos muito apreciados nos bares da velha Redinha. Respondei que as “as gingas, diante dos meus anzóis, correram como loucas”. Dei então a impressão que estava pescando com equipamento para grandes peixes. Mereci uma risada como resposta.

O fato é que ninguém acredita em relato de pescador. Lembro-me que uma vez, quando ainda morava em Brasília e costumava pescar no Rio Araguaia, que numa roda de amigos um companheiro de pescaria começou a contar umas histórias, digamos, exageradas. O papo regado a um bom uísque chamou a atenção do engenheiro Inácio Sodré, que aloprou:

- Pois é, comigo que não gosto do esporte o resultado foi terrível durante a minha primeira e última pescaria.

A sala emudeceu para saber o que havia se passado com o paraibano de Campina Grande, tido como muito sério e de poucas palavras. O fato é que Inácio estava aborrecido com tantas histórias mirabolantes e disparou:

- Pois bem, eu estava pescando em um açude no sertão da Paraíba quando senti uma grande fisgada na minha linha. O peixe puxou... Eu puxei e ficamos durante muito tempo nesse puxa e encolhe, até que eu reuni todas as minhas forças e dei um puxão terrível...

Nesse ponto ele fez uma pausa para tomar um gole de uísque, enquanto todas as atenções estavam fixas nele. Um companheiro mais afobado – exatamente o mais exagerado -, entusiasmado pelo desfecho da pescaria e sabedor do quanto Inácio prezava pela verdade, insistiu avexado:

- E aí? Puxou o peixe?

Inácio se permitiu a um sorriso quase imperceptível no canto da boca quando respondeu:

- Que peixe que nada. Eu fiquei foi todo molhado. O açude virou todinho em cima de mim...

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