sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um resgate aos anos não tão dourados de Caicó

“Gosto do tema, em que pese detestar tragédias que envolvam mortes, dor e sofrimento, principalmente às que envolvem parentes, amigos e pessoas de bem mesmo àquelas que admiramos de longe, mas não as conhecemos de perto”, afirma Caboré.
Caboré lança seu nono livro na Siciliano do Midway Mall, nesta segunda-feira (13/12)

Uma reportagem retrospectiva de uma época de muita violência, sangue, apreensão e medo, vivida pelos caicoenses na segunda metade dos anos 60. Em A Síndrome da Rua Grande, nono livro de sua carreira, o jornalista Orlando Caboré Rangel Rodrigues narra a grande tragédia sertaneja vivenciada por ele e seus conterrâneos na década conhecida como “Anos Dourados”, mas que para o povo do Seridó não foram anos tão dourados assim.
Nesta segunda-feira (13/12), Caboré lança a obra na livraria Siciliano do Midway Mall, às 19h. Neste novo livro, ele apresenta ao leitor narrativas, com depoimentos e fotos a cerca de crimes que amedrontaram Caicó na década de 60. “Em suma, a bala comeu no centro e o sangue jorrou nos becos e nas ruas da cidade, principalmente, nas caladas de noite”, relata o jornalista.
Orlando Caboré apresenta elementos que levam o leitor a entender, se não a motivação e a autoria dos crimes relatados, mas o contexto social que tornou tudo possível. O escritor narra o assassinato, aparentemente inexplicável, do jovem Nilzon de Aníbal, em uma valeta da estrada do açudes Itans, em Caicó. Com detalhes que chocam e remetem a época do coronelismo, ele também apresenta os assassinatos do empresário Aníbal da Cunha Macedo e dos médicos Onaldo Queiroz, Carlindo Dantas e Pedro Militão.
Na obra, Caboré contextualiza os crimes através da reconstituição da vida socioeconômica e política dos anos 60 em Caicó. Alguns dos crimes aconteceram durante a realização de festas juninas e da padroeira. “Indignada, perplexa, apavorada, coube à população chorar e enterrar seus mortos. Ninguém ganhou com as vinditas, todos perderam, porque o luto cobriu o chão quente do Seridó”, afirma o escritor.

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