quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Hinos – a repercussão

Autor: Sílvio Caldas
(jsc-2@uol.com.br)

         Praticamente desde a fundação do O Jornal de Hoje que escrevo um artigo semanal. Tarefa difícil para mim. Não sei como Serejo consegue fazer uma crônica diária e com a boa qualidade de sempre. Casamento do talento com a competência.
         Outrossim, artigos há que os escrevo sem a menor pretensão, mas que de repente obtém repercussão bem além do esperado. Foi o caso, por exemplo, do artigo da semana passada, quando fiz alguns comentários sobre o hino do Rio Grande do Norte, em razão de críticas que foram dirigidas aos nossos deputados por não saberem cantá-lo.
         Em menos de 48 horas recebi inúmeros e-mails praticamente em apoio aos meus comentários, além de vários telefonemas.
         Logo no dia seguinte recebi um telefonema da grande Leide Câmara, escritora especializada no cancioneiro potiguar, autora, além de outras obras, do Dicionário da Música do Rio Grande do Norte que em meu socorro esclareceu dentre outras coisas que havia um hino antes do atual oficialmente adotado, que era cantado nas escolas.
         Não bastasse a autoridade de Leide, recebo um e-mail de outro grande, nosso Ivoncísio Meira de Medeiros, que transcrevo a seguir, para maior esclarecimento dos leitores e em prol da cultura potiguar.
         “O hino do RGN oficial foi aprovado pela ALno Governo de Dinarte Mariz, em 1957,  em detrimento daquele que se cantava nas escolas de autoria do Dr. Nestor dos Santos Lima (a briga foi feia). A sua autoria é do poeta GONGORICO Augusto Meira (não é meu parente), nascido em Ceará-Mirim (Engenho Diamante). No Pará foi Promotor de Justiça em Santarém e depois, já em Belém,  foi Professor de Direito, Deputado Estadual e Federal, por várias legislaturas,  e Senador. Gozou dos favores do Interventor Barata  Foi jornalista e dono de Jornal. Como poeta escreveu centenas de sonetos e querendo suplantar Camões, escreveu "Brasíleis", poema épico maior que os "Lusiadas". Quanto a sua curiosidade sobre as figuras históricas, por ele citadas no Segundo Canto, esclareço que FRANCISCO CALDEIRA CASTELO BRANCO foi Capitão-Mór do Rio Grande do Norte (16/12/1614) e seguindo para o norte conquistou e ocupou a "boca" do Rio Amazonas e fundou a cidade de Belém. Poema gongórico não convence e você flutua nas palavras  e construções épicas ao bel prazer do autor. Estou com ensáio pronto a respeito do assunto que publicarei em livro. Ivoncísio Meira de Medeiros. “
         Recebi ainda do poeta Diógenes Cunha Lima hino de sua autoria, acompanhado de CD, denominado Hino do Rio Grande do Norte (para escolas), cuja letra também transcrevo e encerro o assunto.
         “Sou potiguar, sou valente, sou gentil,
         Avançamos para o mar
         Que guarda história, venturas mil,
         Com muito orgulho, destino nordestino,
         A nossa terra é a esquina do Brasil.
         O nosso Rio Grande, o nosso Rio Grande
         É rico em chão, em gente, em coração,
         Pequeno Estado em nós se expande,
         Honra o passado, o amor à terra, à tradição.
         Refrão:
         Brancos, negros, os potis
         Misturam suas virtudes
         Nas águas do Potengi.
         As cidades e o campo
         Vivem nossa Capital,
         Onde a beleza nasce e se renova
         Todo dia é dia de natal.

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