quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Profissionais da saúde do RN procuram especialização em acunputura

Cresce cada vez mais no Rio Grande do Norte o interesse de profissionais da saúde pela Acupuntura. Com a popularização da técnica pelo Brasil, o número de pacientes à procura de alívio para vários de seus problemas vem aumentando rapidamente. E nesse contexto a técnica chinesa que se caracteriza pela inserção de agulhas em pontos do corpo representa um diferencial no preparo dos profissionais. 
Depois de séculos sendo hostilizada pela ciência ocidental a Acupuntura foi conquistando seu espaço, até que em 11 de agosto de 1995 foi reconhecida como especialidade médica pelo conselho Federal de Medicina. Outros conselhos fizeram o mesmo e hoje os dados oficiais impressionam. Segundo o Ministério da Saúde, o SUS (onde a Acupuntura é aplicada há vinte anos) registra cerca de 400 mil atendimentos públicos anualmente em todo o país.
Não se tem notícia de dados oficiais no RN, mas quem atua na área percebe o aumento de profissionais que procuram especializar-se na Acupuntura. Estima-se que atualmente existam entre 5 e 7 mil médicos especalistas em todo o Brasil. “O objetivo principal deles é complementar a atividade que já desenvolvem. Geralmente trazem uma carga de preconceitos, mas depois terminam encantados pelos benefícios trazidos aos pacientes”, explica Nilton Genobie, que coordena em Natal o Curso de Especialização em Acupuntura da Associação Brasileira de Acupuntura (ABA).
A ABA foi fundada em 1958 e é dona da primeira escola de Acupuntura no Brasil, e uma das mais respeitadas em todo o mundo. E em agosto formou a primeira turma no Rio Grande do Norte, composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros profissionais. A pós-graduação tem a duração de dois anos, e é reconhecida pelo MEC.
“Um dentista, por exemplo, pode usar a acupuntura para fazer a anestesia em um paciente que tenha alergia à substância analgésica. Ou um fisioterapeuta pode usar as agulhas para relaxar a musculatura de um paciente enrijecida por um AVC”, disse Genobie, sobre as diferentes formas de atuação da Acupuntura em cada profissão relacionada à saúde.
Desde 1979 a Organização Mundial da Saúde lista uma de doenças e disfunções tratáveis através da Acupuntura. Os profissionais que despertam para a importância desta técnica da Medicina Tradicional Chinesa acabam alcançando também uma nova forma de avanço profissional. “Penso que nós precisamos nos preparar, nos capacitar, estudar. Procurar formas de dar uma vida melhor ao paciente, também se diferenciando no mercado”, explica o terapeuta ocupacional Antônio Neto, especialista em Acupuntura que atua no Instituto de Reabilitação e Acupuntura ATIVA.

INSTITUTO DE ACUPUNTURA OFERECE ATENDIMENTO SOCIAL À POPULAÇÃO DE NATAL

O Instituto de Reabilitação e Acupuntura ATIVA está oferecendo tratamentos gratuitos para a população natalense. Atualmente cerca de 50 pacientes se beneficiam com o serviço, mas a clínica tem capacidade de absorver uma demanda bem maior. Os atendimentos sociais de acupuntura começaram há cerca de 4 meses, a partir dos pedidos feitos por pacientes do terapeuta ocupacional Nilton Genobie, que atende pelo SUS no Centro Clínico da Ribeira. "Muitos pacientes da terapia ocupacional pediam o tratamento de acupuntura, mas reclamavam que não podiam pagar", explica o especialista, diretor do instituto ATIVA.

Atualmente os pacientes atendidos no ATIVA fazem tratamento para depressão, ansiedade e vários tipos de dores, como de cabeça ou na coluna. Os benefícios aparecem quase que de imediato, e os pacientes são gratos pela oportunidade. "Para nós também é uma satisfação muito grande. Principalmente porque muitos voltam trazendo amigos para serem tratados também", disse Nilton Genobie. Os instituto existe em Natal há dois anos e se destaca pela seriedade com que trata a acupuntura, mantendo a filosofia e o conceito do estilo original, nascido na China quatro mil anos antes de Cristo.

As pessoas que procuram o atendimento social são tratadas por alunos do curso de pós-graduação (especialização) em Acupuntura e Auriculoterapia (colocação de sementes nas orelhas), ministrado pela Associação Brasileira de Acupuntura, a entidade mais respeitada nesta área, no Brasil. O curso é realizado em parceria com o instituto ATIVA e reconhecido pelo MEC. Os alunos são profissionais de mais diversas áreas, como médicos, dentistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Os atendimentos sociais acontecem semanalmente nas noites de quintas e sextas-feiras, além do sábado, manhã e tarde. Cada paciente contribui com uma taxa simbólica de R$ 10, para o custeio das agulhas e sementes utilizadas. "Queríamos que as pessoas soubessem que existe esse atendimento social. Ainda podemos ajudar muito mais pacientes", disse Nilton Genobie, que também é o coordenador do curso de pós-graduação.

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