quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sarney: O menino besta do Brasil

Paulo Correia
Jornalista

Esses dias, o senador José Sarney recebeu mais um presente dos seus pares no Senado Federal: assumiu o comando da casa legislativa para os próximos quatro anos. Um presentão para um homem que nos últimos 50 anos passou mais tempo envolvido em escândalos e corrupção política do que em qualquer outra coisa. Um mimo para o velhinho mais esperto do Brasil e um dos últimos coronéis do Nordeste.

Mais e ai, por que esse nobre ainda continua com tanto poder no Congresso Nacional e consegue votos de parlamentares de partidos tão diferentes como o PT e o DEM? Qual o segredo desse bigodudo? Talvez a resposta esteja no fato dele saber, como poucos, como se movimenta aquela engrenagem suja e corrupta que é Brasília. Ele ronda aqueles corredores desde a sua fundação, nos anos de 1960. Sabe que para subir naquele pódio é necessário jogar com armas pesadas e com conchavos que até o diabo dúvida.

Fora do Congresso, é um exemplo típico de ditador do sertão. Um homem que transformou o estado do Maranhão em um feudo de sua família. Um clã que até hoje dá as cartas e que comanda com mãos de ferro um dos lugares mais atrasados do Brasil. Tudo na base da mentira, da corrupção e da violência contra adversários políticos.
Em 2009, como presidente do Senado, tentou calar a grande imprensa do país pensando que estava no Maranhão, onde os jornais que não fazem carinho em seus familiares são perseguidos até minguarem em vendas e em número de anunciantes. O periódico O Estado de São Paulo foi o exemplo maior dessa perseguição à grande imprensa. Sofreu censura nas coberturas dos trabalhos legislativos do Senado e até hoje é metralhado pelo velho parlamentar.

Na sua posse para esse novo mandato, José Sarney informou a todos os seus colegas (meninos bestas iguais a ele) que este será o seu último tempo como presidente da casa. Também meu velho, em 2015 quando você sair, terá se passado quatro legislaturas como presidente do Senado e 60 anos como político profissional. É pouco ou quer mais?

Felizmente Sarney não é imortal e estará próximo do fim nesse período. Uma pena que somente o processo natural da vida irá tirar esse rato dos escritórios de Brasília, e não um processo legal da Justiça.
Mas não podemos esquecer que estamos no Brasil. Aqui esses senhores mandam e desmandam. Só gostaria de saber até quando.

Alguém responde?

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