sábado, 26 de fevereiro de 2011

Revitalização da Ribeira: Quem está fazendo é a iniciativa privada

Paulo Correia
Jornalista

De uns bons anos para cá, a chamada revitalização do bairro da Ribeira é tema constante nas conversas políticas e culturais. De lá para cá, muito foi falado, discutido, transformado em pauta de jornais, e quase nada de efetivo foi promovido pelo poder público. Nesses anos, o que realmente fez essa revitalização andar foi somente uma coisa: a iniciativa privada.
Foi com as ideias e a vontade de lutar que muitos empresários resolveram apostar naquele canto esquecido de Natal. Empresários como Paulo Ubarana, que inaugurou o seu Blackout na década de 1990 quando o bairro ainda sofria de várias carências como iluminação pública, segurança em suas ruas, e um sistema de transporte coletivo pouco eficiente.
Com o tempo, a iniciativa de outros empresários foi modificando o antigo bairro. Pessoas como os músicos Anderson Foca e Camilo Lemos, que fundaram o DoSol Rock Bar e o Buraco da Catita, respectivamente, injetam vivacidade naquelas ruas e becos. Transformando antigos casarões e armazéns abandonados em locais de boa música e boa gastronomia. Modificando o local e trazendo de volta a população para aquele ponto inicial de nossa cidade.
O movimento de pessoas naquele entorno do Buraco da Catita nas noites de quinta e sexta-feira, com toda uma efervescência de boas conversas é fantástico. O mesmo ocorre na Rua Chile quando Anderson Foca promove os seus festivais com bandas de rock independente. Um passa-passa de jovens e adultos, todos dispostos a absorver aquele frescor de novidades e cultura.
Outra boa iniciativa nesse começo de 2011 foi o Consulado Bar, que abriu suas portas em fevereiro e que está localizado na antiga casa do cônsul italiano Guglielmo Lettieri, representante daquele país na Natal da Segunda Guerra Mundial. O bar, que ainda está passando por algumas reformas, é História pura. Nas suas paredes e no piso, detalhes de uma época e resquícios que a casa de Lettieri serviu de centro de espionagem para o nazi-fascismo. Em uma parte do chão, os ladrilhos formam diversas suásticas nazistas.
Fora esses exemplos citados, existem outras infinidades de boas iniciativas sendo tocadas na Ribeira. Iniciativas comandadas por empresários e artistas que resolveram apostar todas as suas fichas na Ribeira. Pessoas que sabem do imenso potencial econômico, turístico e cultural daquele lugar. Pessoas que ainda acreditam que o poder público irá fazer algo por aquele bairro.
E ai prefeita Micarla e governadora Rosalba, será que vocês podem fazer algo pela Ribeira, ou será que os empresários é que terão que fazer tudo? Da melhoria do transporte público até a segurança nas ruas e becos?
A cidade aguarda a resposta.

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