terça-feira, 26 de agosto de 2014

Jarita apresenta show “Nem, nem” no Teatro Alberto Maranhão



Nem diva, nem baranga. Nem exuberante, nem largada. Jarita é como se apresenta: autêntica e intensa. Goste quem quiser. Com 28 anos bem vividos, a personagem que encanta todas as faixas etárias pelo humor viperino e pela irreverência, volta ao cartaz no dia 30, às 20h30, no Teatro Alberto Maranhão, no show “Nem, nem”.

O ator Bira Santos empresta o corpo, a voz e o talento para dar vida a Jarita. Ele explica que a apresentação não tem texto escrito. Improvisa em cima do título e as gags vão surgindo naturalmente. Em “Nem, nem”, o público vai encontrar uma Jarita madura, mas sem abrir mão da malícia. O linguajar pesado é coisa do passado. O show é o sexto da nova fase e o segundo do ano. A meta de Bira Santos é fazer mais uma apresentação, fechando o ano com três shows. “Jarita exige muito de mim. Fico preocupado com a aceitação do público. Depois do show, passo mais de 10 dias para me recuperar da tensão”, confessa o artista.
A repercussão e a aceitação dos shows são impressionantes. Só vendo de perto para sentir a recepção calorosa da audiência. E a plateia, claro, se rende ao carisma da personagem. “Não exponho quem vai assistir ao show. Você não precisa expor ninguém para os outros rirem”, ensina o ator. Bira Santos ressalta que Jarita atualmente prefere falar mais de si mesma, com a insolência característica da personagem. Ele assinala que nunca achou Jarita pornográfica. Para o artista, o brasileiro trata o sexo ainda como tabu.
Um tema recorrente nos shows é a morte, assunto tratado com bom humor e, ao mesmo tempo, moderação pela vencedora do desfile das Kengas em 1987, no domingo de carnaval, no centro da cidade. Em 1989, foi efetivada como apresentadora oficial do evento. “Outras passaram como água e eu fiquei como rocha”, diverte-se Jarita na pele de seu criador.
Descoberto pelo diretor teatral Carlos Nereu, Bira Santos se considera um trabalhador do humor. Afirma que não labuta só pelo dinheiro. Mas pela boca de Jarita não deixa de dizer que, com a arrecadação da bilheteria, vai pagar as contas no início da semana: “Eu não tenho ambição. Poderia até ganhar mais, porém eu me contento com o que ganho. Tudo começou como uma brincadeira, e hoje é uma realidade. A ambição, no momento, é ser feliz”.
Aliás, o artista não abre mão de ingresso a preço popular, o que dá oportunidade para pessoas com menor poder aquisitivo prestigiar o show, como a comunidade do Bairro Nordeste, onde Bira Santos mora. Por isso mesmo, faz questão de deixar os espectadores no pátio do teatro quando a apresentação termina.
O ator se orgulha do sucesso de seu alterego Jarita. Confessa que a personagem desbocada e irreverente é o que sempre sonhou ser como Bira Santos. “Jarita tem tudo que eu gostaria de ser. Nunca esperei o reconhecimento. Tinha 23 anos quando criei a personagem. Foi muito positivo. Eu queria que os meus irmãos sentissem orgulho de mim. Encontrar gente da cultura que me elogia não tem preço. Levo uma vida muito pacata”, diz, emocionado.
Com produção de Lula Belmont, o show “Nem, nem” apresenta, ainda, performance dos artistas Marlúcio Ramalho (dublagem de Elba Ramalho) e Carlos Volu (dublagem de Baby Consuelo). O espetáculo tem uma hora de duração, e dependendo do estado de espírito de Jarita e da energia do público pode se estender mais um pouco. No decorrer da récita, Jarita interage com o público e destila toda sua irreverência de uma quase balzaquiana.

SERVIÇO:
Jarita no show “Nem, nem”.
Data: 30 de agosto de 2014.
Local: Teatro Alberto Maranhão.
Horário: 20h30.

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