segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

De volta para o passado



Na quarta-feira, 29 de setembro de 2004, escrevi no blog, quando ele ainda se chamava www.becopress.blogspot.com o texto abaixo, sobre a morte do produtor cultural Paulo Ubarana, dono do inesquecível Blecaute de muitas noitadas, na velha Ribeira: 

“BESTAS HUMANAS” 

Ontem, quando publiquei a notícia da morte do empresário Paulo Ubarana no www.natalpress.com, não me saia da memória a manchete de uma matéria publicada na revista “O Cruzeiro”, de 29 de maio de 1954, sobre o assassinato de um jornalista, por policiais: “Bestas humanas”. E, se não me falha a memória, era assinada pelo lendário repórter David Nasser. Eu, que nasci nove dias antes dessa data, comprei-a num sebo paulista, no começo dos anos 1980 para saber das notícias da época em que vim ao mundo e nunca me esqueci dos fatos que originaram aquela matéria. Ontem, dia da descoberta do corpo de Paulo Ubarana, brutalmente assassinado, achei por bem utiliza-la para esse texto de mágoa e indignação. 

Até quando nossa terra irá suportar essas bestas que vêm de fora para semear a violência, comprar nossas terras, apropriar-se de nossas riquezas e negócios? De onde vem tanto dinheiro? Tanta facilidade para se incorporar a nossos costumes e matar nossa gente? 

Se tentarmos morar em qualquer parte civilizada do mundo iremos encontrar inúmeras barreiras. Nos EUA, então, os brasileiros que chegam são tratados como criminosos, principalmente depois de 11 de setembro de 2001. 

No Brasil, com especial fervor para o litoral nordestino, é diferente. Os estrangeiros chegam sem que ninguém cheque suas origens, compram vastas extensões de terras, principalmente no litoral, e investem prioritariamente em casas de entretenimento. 

Nada contra as pessoas de bem que vêm para o nosso país. Tudo contra os criminosos que matam pessoas como Paulo de Tarso Ubarana, verdadeiras “bestas humanas”, covardes, que atraem para armadilhas no cenário que os atraiu: as dunas. 

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